Que lugar para a corporeidade no cenário dos saberes e práticas <em>psis</em>?

Autores

  • Catarina Resende Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ
  • Hélia Maria Oliveira da Costa Borges Faculdade Angel Vianna, Rio de Janeiro, RJ
  • Eduardo Passos Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ
  • Marcia Moraes Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ
  • Ruth Silva Torralba Ribeiro Faculdade Angel Vianna, Rio de Janeiro, RJ

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v29i2/2330

Palavras-chave:

corporeidade, subjetividade, pesquisa, criação

Resumo

O presente artigo realizado por pesquisadores do Laboratório de Corporeidade e Subjetividade (CORPOREILABS – Universidade Federal Fluminense [UFF], Faculdade Angel Vianna [FAV], Universidade Federal do Rio de Janeiro [UFRJ], Universidade Federal do Ceará [UFC]) surge da necessidade de explicitar o tema da corporeidade nos saberes e práticas psis na contemporaneidade. O sujeito moderno emerge de uma radical experiência de separação eu-mundo e a subjetividade, entendida por uma perspectiva representacional, sofre uma cisão dos processos sensíveis do corpo. No intuito de afirmar uma outra política de percepção a respeito da subjetividade, afirma-se nesse artigo a necessidade de incluir nos estudos da subjetividade sua relação intrínseca com os processos de corporeidade. Desde esta perspectiva se abre uma clínica e um modo de pesquisar como processualidades, em que a dimensão sensorial, ética, estética e política são convocadas.

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Biografia do Autor

Catarina Resende, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ

É professora do curso de Psicologia da UFF (Niterói) e colaboradora da Pós-Graduação Lato Sensu em Terapia Através do Movimento - Corpo e Subjetivação (Faculdade Angel Vianna). Coordena o CORPOREILABS: Laboratório de Subjetividade e Corporeidade (UFF/FAV/UFRJ). Possui doutorado em Psicologia - Estudos da Subjetividade/Clínica e Subjetividade (bolsista CAPES/REUNI) pela Universidade Federal Fluminense (2013), com Bolsa de Doutorado Sanduíche no Exterior (CAPES/PDSE) em 2012 na Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, Portugal. É mestre em Saúde Coletiva (bolsista CAPES) pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC) da UFRJ (2008). É formada em Recuperação Motora e Terapia através da Dança pela Faculdade e Escola Angel Vianna (2005). Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003). Tem experiência nas áreas de Clínica, Arte (Dança, Performance), Filosofia/Estética, Processos de Subjetivação e Corporeidade.

Hélia Maria Oliveira da Costa Borges, Faculdade Angel Vianna, Rio de Janeiro, RJ

Possui Graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1975) , Pós-Graduação em Psicologia Clinica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1980) ; Mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002); Doutorado em Saúde Coletiva no IMS / Universidade Estadual do Rio de Janeiro ( 2009); Pós-Doutorado pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica PUC-SP (2015). Psicanalista. Coordena o curso de Pós-Graduação em terapia através do movimento - Corpo e subjetivação da Faculdade Angel Vianna. É professora da Faculdade Angel Vianna da Graduação , da Pós-Graduação em Terapia através do Movimento - Corpo e e subjetivação. e da Pós-Graduação em Preparação Corporal na Artes Cênicas na mesma instituição exercendo também orientação a monografias de final de curso para os alunos da graduação e da pós-graduação. Organiza e é curadora em eventos de arte da performance e dança. Vem colaborando em banca de defesa e participação em eventos com a Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa. Trabalha, principalmente, com seguintes temas: psicanálise, filosofia da estética: arte - em especial a dança, o movimento e processos de subjetivação. Nestes temas tem vários artigos em revistas e livros especializados e em, 2016 publicou o livro: Movimento, o Corpo e a Clínica.

Eduardo Passos, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1981), mestrado em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1986) e doutorado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992). Foi consultor do MS para a implantação da Política Nacional de Humanização do SUS (2003-2008), realizou consultoria junto ao International Center for AIDS Care and Treatment Program do Mailman School of Public Health da Universidade de Columbia (EUA) (2008-2009) e no Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP/CFP) como membro da Comissão ad hoc de Metodologia do CREPOP (2010-2011). Assessoria técnica para avaliação dos projetos do NESC/UFRN/MS (2014). É professor titular do instituto de Psicologia da Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Psicologia, atuando principalmente nos seguintes temas: políticas públicas de saúde, método da cartografia, cognição e subjetividade

Marcia Moraes, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (1988), mestrado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992), doutorado em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1998) e pós-doutorado em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro / Lancaster University (2009/2010). Atualmente é Professora Titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense, ministrando aulas na graduação e na pós-graduação strito sensu - mestrado e doutorado. Desenvolve pesquisas ligadas aos seguintes temas: epistemologia da psicologia, teoria ator-rede e os estudos de ciência, tecnologia e sociedade (CTS) em suas interfaces com a psicologia, estudos da deficiência. Desde o ano de 2003 vem realizando pesquisas no campo da deficiência visual, fazendo uso de métodos e referenciais de investigação orientados pelos estudos CTS, em particular pela teoria ator-rede. É bolsista da Faperj / Cientista do Nosso Estado.

Ruth Silva Torralba Ribeiro, Faculdade Angel Vianna, Rio de Janeiro, RJ

Doutora em Psicologia (UFF), Mestre em Psicologia (UFF), Psicóloga (UFF), Formação em Recuperação Motora e Terapia através da Dança (Escola Angel Vianna) e Aperfeiçoamento em Eutonia (Instituto Gerda Alexander). Atua como psicóloga clínica desde 2002. Foi Professora Substituta do Curso de Bacharelado em Dança da Escola de Educação Física da UFRJ entre setembro de 2009 e dezembro de 2010 e entre julho de 2014 e agosto de 2016. Pesquisadora Colaboradora do NUPEED (Núcleo de Pesquisa Estudos e Encontros em Dança) da UFRJ e do CORPOREILABS (Laboratório de Subjetividade e Corporeidade) - UFF, FAV, UFRJ

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Publicado

2017-08-31

Como Citar

RESENDE, C.; BORGES, H. M. O. DA C.; PASSOS, E.; MORAES, M.; RIBEIRO, R. S. T. Que lugar para a corporeidade no cenário dos saberes e práticas <em>psis</em>?. Fractal: Revista de Psicologia, v. 29, n. 2, p. 89-95, 31 ago. 2017.

Edição

Seção

Dossiê Corporeidade

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