Sobre a validação da pesquisa cartográfica: Acesso à experiência, consistência e produção de efeitos

Autores

  • Eduardo Passos Universidade Federal Fluminense
  • Virginia Kastrup Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Validação, cartografia, pesquisa-intervenção, pesquisa participativa

Resumo

O texto discute o tema da validação na pesquisa guiada pelo método da cartografia. Define uma diretriz de validação e distingue três indicadores de validação. Propõe que a validação seja realizada em três níveis de avaliação: a auto-avaliação realizada pelo próprio pesquisador, a avaliação pelos participantes da pesquisa e a avaliação por pares – o que vem a compor a idéia de uma validação distribuída, já que nenhum dos seus três níveis pode sozinho dar conta da avaliação do processo de investigação. Defende que a validação de uma pesquisa cartográfica se realize ao longo do processo e não apenas ao final da investigação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eduardo Passos, Universidade Federal Fluminense

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1981), mestrado em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1986) e doutorado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992). Foi consultor do MS para a implantação da Política Nacional de Humanização do SUS (2003-2008), realizou consultoria junto ao International Center for AIDS Care and Treatment Program do Mailman School of Public Health da Universidade de Columbia (EUA) (2008-2009) e no Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP/CFP) como membro da Comissão ad hoc de Metodologia do CREPOP (2010-2011). É professor associado II do departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Psicologia, atuando principalmente nos seguintes temas: políticas públicas de saúde, cognição e subjetividade

Virginia Kastrup, Universidade Federal do Rio de Janeiro

possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979), mestrado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1984), doutorado em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997) e pós-doutorado no CNRS, Paris (2002) e CNAM, Paris (2010). Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Publica e dá pareceres nas revistas Psicologia e Sociedade, Revista do Departamento de Psicologia (UFF), Psicologia Ciência e Profissão , Psicologia em Estudo, Arquivos Brasileiros de Psicologia e Psicologia. Reflexão e Crítica, dentre outras. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Cognitiva, atuando principalmente nos seguintes temas: cognição, invenção, produção da subjetividade, aprendizagem, atenção, arte e deficiência visual.

Referências

BENEVIDES DE BARROS, R. Grupo: a afirmação de um simulacro. Porto Alegre: Sulina / UFRGS, 2007.

Bergson, H. O pensamento e o movente (Introdução) In: ______. O pensamento e o movente: ensaios e conferências. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p. 3-102.

CAMPOS, R. O. et al. Pesquisa avaliativa em saúde mental: desenho participativo e efeitos da narratividade. Campinas: Hucitec, 2008.

DAVID, J.; HAUTEQUESTT, F.; KASTRUP, V. Audiodescrição de filmes: experiência, objetividade e acessibilidade cultural. Fractal: Revista de Psicologia, Niterói, v. 24, n. 1, p. 125-142, jan./abr. 2012. Disponível em: <http://www.uff.br/periodicoshumanas/index.php/Fractal/article/view/613/637>. Acesso em: 12 abr. 2013.

DELEUZE, G. Lógica do sentido. São Paulo: Perspectiva, 1974.

DELEUZE, G. Diferença e repetição. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

DELEUZE, G. Le bergsonisme. Paris: PUF, 1991.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Rio de Janeiro: Ed.34, 1995. v. 1.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1997. v. 5.

DELEUZE, G.; PARNET, C. Diálogos. São Paulo: Escuta, 1998.

EIRADO, A. et al. Estratégias de pesquisa no estudo da cognição: o caso das falsas lembranças. Psicologia e Sociedade, Florianópolis, v. 22, n. 1, p. 84-94, 2010.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

GUATTARI, F. Transversalidade. In: ______. Psicanálise e transversalidade. Aparecida, SP: Ideias e Letras, 2004. p. 101-118.

KASTRUP, V. Flutuações da atenção no processo de criação. In: LECERF, E.; BORBA, S.; KOHAN, W. (Org.). Imagens da imanência: escritos em memória de H. Bergson. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. v. 1, p. 59-71.

KASTRUP, V. O lado de dentro da experiência: atenção a si mesmo e produção de subjetividade numa oficina de cerâmica para pessoas com deficiência visual adquirida. Psicologia Ciência e Profissão, v. 28, n. 1, p. 186-199, 2008.

KASTRUP, V. O funcionamento da atenção no trabalho do cartógrafo. In: PASSOS, E; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. da (Org.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009. p. 32-51.

KASTRUP, V. Será que cegos sonham? O caso das imagens táteis distais. Revista Psicologia em Estudos. No prelo.

KASTRUP, V.; TEDESCO, S.; PASSOS, E. Políticas da cognição. Porto Alegre: Sulina, 2008

LATOUR, B. Como falar do corpo? A dimensão normativa dos estudos sobre a ciência. In: NUNES, J. A.; ROQUE, R. (Org.). Objetos impuros: experiências em estudos sociais da ciência. Porto: Afrontamento, 2007. p. 40-61.

LOURAU, R. Quelques approches de l’implication: genèse du concept d’implication. Pour, Toulouse, n. 88, p. 14-18, mars/avril, 1988.

LOURAU, R. Implicação: um novo paradigma. In: ALTOÉ, S. (Org.). René Lourau: analista institucional em tempo integral. São Paulo: Hucitec, 2004a. p. 246-258.

LOURAU, R. Implicação-Transdução. In: ALTOÉ, S. (Org.). René Lourau: analista institucional em tempo integral. São Paulo: Hucitec, 2004b. p. 212-223.

MATURANA, H. Biology of cognition In: ______. Autopoiesis and cognition: the realization of the living. Dordrecht: D. Reidel, 1980. p. 4-58.

MATURANA, H.; VARELA, F. Autonomie e connnaissance: essai sur le vivant. Paris: Seuil, 1989.

MATURANA, H.; VARELA, F. El arbol del conocimiento: las bases biológicas del conocimiento humano. Madrid: Debate, 1990.

PASSOS, E.; BENEVIDES DE BARROS, R. Por uma política da narratividade. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. da (Org.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009a. p. 151-172.

PASSOS, E.; BENEVIDES DE BARROS, R. A cartografia como método de pesquisa-intervenção. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. da (Org.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009b. p. 17-31.

PASSOS, E.; BENEVIDES DE BARROS, R. Clínica e biopolítica na experiência do contemporâneo. Psicologia Clínica, Rio de Janeiro, v. 13, p. 89-99, 2001.

PASSOS, E.; EIRADO, A. Cartografia como dissolução do ponto de vista do observador. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. da (Org.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009. p. 110-131.

PETITMENGIN, C.; BITBOL, M. The validity of First-Person descriptions as authenticity and coherence. Journal of Consciousness Studies, [S.l.], v. 16, n. 11-12, p. 363-404, 2009. Disponível em: <http://michel.bitbol.pagesperso-orange.fr/JCS_Introspection.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2013

RENAULT, L; PASSOS, E; EIRADO, A. Da entrevista de explicitação à entrevista na pesquisa cartográfica. In: AMADOR, F. S.; BARROS, M. E. B.; FONSECA, T. M. G. (Org.). Clínicas do trabalho e paradigma estético. Porto Alegre: UFRGS. No prelo.

SIMONDON, G. L’individuation psychique et colletive. Paris: Aubier, 1989.

VARELA, F.; THOMPSON, E.; ROSCH, E. A mente incorporada. Porto Alegre: Artmed, 2003.

VARELA, F.; SHEAR, J. The view from within: first person approaches to the study of consciousness. Thorverton: Imprint Academic, 2002.

VERMERSCH, P. L’entretien d’explicitation. Issy-les-Moulineaux: ESF, 2000.

Downloads

Publicado

2013-08-29

Como Citar

PASSOS, E.; KASTRUP, V. Sobre a validação da pesquisa cartográfica: Acesso à experiência, consistência e produção de efeitos. Fractal: Revista de Psicologia, v. 25, n. 2, p. 391-414, 29 ago. 2013.

Edição

Seção

Dossiê Cartografia

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)