Corpo-si: a construção do conceito na obra de Yves Schwartz

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i2/5877

Palabras clave:

psicologia do trabalho e organizacional, atividade de trabalho, trabalho e subjetividade, corpo-si, ergologia

Resumen

Este artigo trata do processo de construção do conceito de corpo-si na obra do filósofo Yves Schwartz, apreendendo a atividade humana como dramáticas de uso do corpo-si. Buscando conferir visibilidade e sistematização ao percurso de construção desse conceito, são feitas alusões ao modo como Schwartz vem retomando criticamente as contribuições de diferentes autores. Entende-se que o conceito de corpo-si contribui para a compreensão da dimensão subjetiva do trabalho, sem oferecer respostas fechadas, indicando que só é possível contribuir para a compreensão e transformação do trabalho alheio, construindo-se uma parceria que seja tanto de projeto epistêmico quanto de construção de uma sociedade comum.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Hélder Pordeus Muniz, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal da Paraíba (1988), mestrado em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (1993) e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2000). Fez estágio de Pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro(2008-2009) e no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo (2016-2017). Atualmente é professor titular da Universidade Federal Fluminense trabalhando na graduação e na Pós-graduação em Psicologia. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social Subjetividade e Trabalho, atuando principalmente nos seguintes temas: gestão do trabalho, formação profissional, saúde e trabalho,coletivos de trabalho e análise do trabalho e da atividade.

Kátia Maria Teixeira Santorum, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Professora Adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) - vinculada ao Instituto de Psicologia/ Departamento de Psicologia Social e Institucional e ao Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana. Doutora em Saúde Pública pela FIOCRUZ - Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca/Rio de Janeiro. Mestre em Psicologia Social e da Personalidade pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Psicóloga e Licenciada em Psicologia pela Universidade Católica de Pelotas. Tem experiência na área de Psicologia Social, Análise Institucional, Psicologia do Trabalho e Organizacional, com ênfase em Saúde Coletiva/Saúde Pública, atuando principalmente com os seguintes temas: saúde, subjetividade, saúde mental e trabalho no âmbito das políticas públicas; corporeidade e trabalho; análise psicológica do trabalho. Participa do Grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos e Intervenções em Trabalho, Subjetividade e Saúde (NUTRAS), cadastrado no CNPq.

Maristela Botelho França, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Possui graduação em Letras (português-francês) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ,1985), especialização em Linguística Aplicada ao Ensino de Português pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 1991-1992), mestrado em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 1996) e doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP, 2002). Pós-doutorado em Psicologia do Trabalho no CNAM de Paris, junto à equipe de Clinica da Atividade, coordenada pelo professor Yves Clot (2006-2007). É professora associada da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), lotada no Departamento de Processo Técnico-documentais do Centro de Ciências Humanas e Sociais, responsável pela disciplina Teorias e Práticas Discursivas na esfera acadêmica. Atua na Escola de Letras, tendo ministrado a disciplina Fundamentos da Linguística (CLA/Letras.) e Abordagens Especiais em Língua Portuguesa e Ensino. Desde o doutoramento, pesquisa situações de trabalho e formação sob a perspectiva da atividade de linguagem no campo da saúde e da educação, participando do curso de formação de professores a distância e do Projeto (site) Encontros sobre Vida, Saúde e Trabalho nas Escolas Públicas sediado na FIOCRUZ e em parceria com outras Universidades Públicas. Atualmente se dedica à pesquisa teórica revisitando o conceito de corpo si , pensando-o em articulação com o conceito contemporâneo de performatividade. Tem experiência na área de estudos da linguagem com foco no conceito de atividade sob uma perspectiva filosófica e psicológica (Bakhtin, Schwartz, Canguilhem, Vigotsky, Athayde, Clot) e em métodos e técnicas que priorizam os diálogos sobre o trabalho (Oddone, Faita, Clot, Athayde, Brito, Muniz, Neves). Tendo sido pesquisadora colaboradora da Associação de Pós-Graduação: em Linguistica (ANPOLL), participando do GT "Linguagem, Enunciação e Trabalho", mantém o vínculo como colaboradora da Associação de Pós-Graduação em Psicologia com o GT "Modos de vida e de trabalho: o ponto de vista da atividade". Também é pesquisadora associada ao Grupo Atelier (Souza e Silva e Rocha) - Linguagem e Trabalho (PUC-SP).

Citas

BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: ______. Estética da criação verbal. Tradução de Maria Ermantina Galvão G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes. 1997. p. 277-326

BARROS, R. B. Grupo: a afirmação de um simulacro. Porto Alegre: Sulina/UFRGS, 2007.

CANGUILHEM, G. O meio e normas do homem no trabalho. Pro-posições. v. 12, n. 2-3, p. 109-121, jul. /nov. 2001.

CANGUILHEM, G. Escritos sobre a Medicina. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.

CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. 7. ed. Rio de Janeiro: Gen/Forense Universitária, 2011.

CANGUILHEM, G. O conhecimento da vida. Rio de Janeiro: Gen/Forense Universitária, 2012.

CLOT, Y. Trabalho e poder de agir. Belo Horizonte: Fabrefactum, 2010.

DAMÁSIO, A. O erro de Descartes: emoção, razão e cérebro humano. Lisboa: Círculo de Leitores, 2011.

DEJOURS, C. Inteligência operária e organização do trabalho: a propósito do modelo japonês de produção. In: HIRATA, H. (Org.). Sobre o modelo japonês. São Paulo: EDUSP, 1993. p. 281-309.

DEJOURS, C. Trabalho vivo: sexualidade e trabalho. Brasília: Paralelo 15, 2012. v. 1.

MENCACCI, N.; SCHWARTZ, Y.; Diálogo 1. Trajetórias e uso de si. In: SCHWARTZ, Y.; DURRIVE, L. (Org.). Trabalho e Ergologia II: diálogos sobre a atividade humana. Belo Horizonte: Fabrefactum, 2016. p. 17-53.

NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

RABARDEL, P.; PASTRÉ, P. (Org.). Modèles du sujet pour la conception: dialectiques activités dévelopement. Toulouse: Octarès, 2005.

SCHWARTZ, Y. De l’inconfort intellectuel, ou: comment penser les activités humaines? In: COURS-SALIES, P. (Coord.). La liberté du travail. Paris: Syllepse, 1995. p. 99-149.

SCHWARTZ, Y. Os ingredientes da competência: um exercício necessário para uma questão insolúvel. Educação e Sociedade, Campinas, v. 19, n . 65, p. 101-139, dez. 1998.

SCHWARTZ, Y. Trabalho e uso de si. Pro-posições, Campinas, v. 1, n. 5 (32), p. 34-50, jul. 2000a.

SCHWARTZ, Y. Conclusion générale: ergologue est-ce um métier? In: ______. Le paradigme ergologique ou un métier de Philosophe. Toulouse, Octarès, 2000b. p. 641-738

SCHWARTZ, Y. Anexo ao capítulo 1. Reflexão em torno de um exemplo de trabalho operário. In: ______. DURRIVE, L. (Org.). Trabalho e ergologia: conversas sobre a atividade humana. 2. ed. Niterói: EdUFF, 2010a. p. 37-46.

SCHWARTZ, Y. Trabalho e uso de si. In: ______. DURRIVE, L. (Org.). Trabalho e ergologia: conversas sobre a atividade humana. 2. ed. Niterói: EdUFF, 2010b. p. 189-204.

SCHWARTZ, Y. Qual sujeito para qual experiência? Revista Tempus Actas de Saúde Coletiva - O Trabalho em Saúde, Brasília, v. 5, n. 1, p. 55-67, 2011. Disponível em: http://www.tempusactas.unb.br/index.php/tempus/article/view/916. Acesso em: 20 maio 2017.

SCHWARTZ, Y. Motivações de conceito de corpo-si: corpo-si, atividade, experiência. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 49, n. 3, p. 259-274, jul./set. 2014.

SCHWARTZ, Y.; ECHTERNACHT, E. Le corps-soi dans les millieux de travail: comment se spécifie sa compétence à vivre? Corps, n. 6, p. 31-37, 2009.

SCHWARTZ, Y.; VENNER, B. Diálogo 2. Debates de normas, “mundo de valores” e engajamento transformador. In: ______. DURRIVE, L. (Org.). Trabalho e Ergologia II: diálogos sobre a atividade humana. Belo Horizonte: Fabrefactum, 2016. p. 55-149.

WISNER, A. Inteligência no trabalho: textos selecionados de ergonomia. São Paulo: Fundacentro, 1994.

##submission.downloads##

Publicado

2018-07-19

Cómo citar

MUNIZ, H. P.; SANTORUM, K. M. T.; FRANÇA, M. B. Corpo-si: a construção do conceito na obra de Yves Schwartz. Fractal: Revista de Psicologia, v. 30, n. 2, p. 69-77, 19 jul. 2018.

Número

Sección

Dossiê Psicologia, modos de vida e trabalho: mobilizando um patrimônio de conceitos e autores