CONTRADIÇÕES ENTRE TRABALHO, CAPITAL E VIDA: “A ASSIM CHAMADA ACUMULAÇÃO PRIMITIVA” E SUA ATUALIDADE HISTÓRICA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/tn.v20i43.55199

Resumo

São analisados trechos do capítulo XXIV de O capital, de Karl Marx (2013), articulando-os à problemática das relações seres humanos/ natureza mediadas pela produção destrutiva do capital e, em particular, pelas políticas anti-ambientais do governo Jair Bolsonaro. Destaca-se a importância da obra no atual momento em que o agronegócio e neoextrativismo destroem a flora e a fauna, desestruturando os modos de vida de povos e comunidades tradicionais. Conclui-se que “a assim chamada acumulação primitiva” pode ser considerada como acumulação permanente do capital, e que os crimes ambientais têm levado às últimas consequências as contradições entre trabalho, capital e vida.

Palavras-chave: Karl Marx. Acumulação primitiva. Crime ambiental.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mahalia Aquino, Universidade Federal Fluminense

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense.
Professora de Geografia.

Lia Tiriba

Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestrado em Educação pelo Instituto de Estudos Avançados em Educação (IESAE- FGV) e doutorado em Ciências Políticas e Sociologia pela Universidade Complutense de Madrid UCM/Espanha). Realizou estudos de Pós-Doutoramento na Universidade de Lisboa (UL), na área de Formação e Educação de Adultos. Entre 1990-2011 foi professora efetiva da Faculdade de Educação e, atualmente, professora no Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado e Doutorado) da Universidade Federal Fluminense (UFF). Membro do Núcleo de Estudos, Documentação e Dados sobre Trabalho e Educação- Neddate (UFF), do qual foi coordenadora entre 2012 e 2016. Atualmente é editora da Revista Trabalho Necessário, é líder do grupo de pesquisa/CNPq Trabalho e educação - Neddade e participa da coordenação do Grupo THESE - Projetos Integrados de Pesquisa em Trabalho, História, Educação e Saúde (UFF/UERJ/FIOCRUZ). Investiga as relações históricas entre trabalho e educação, cultura do trabalho, produção associada, saberes do trabalho associado, economia popular, economia popular solidária, autogestão do trabalho e da vida social.

Referências

AQUINO, M. Trabalho e educação diante do rompimento da barragem de Fundão (Mariana – MG) no Rio Doce e afluentes. Anais do II Seminário Estado, Trabalho, Educação e Desenvolvimento, 2ª edição – nov. 2018a.

AQUINO, M. “Aprender a ser atingido”: Educação e lutas socioambientais diante do rompimento da Barragem de Fundão (Mariana – MG) no Rio Doce e afluentes. CCH – UNIRIO, Rio de Janeiro, 2018b.

BRANDÃO, C. Acumulação primitiva permanente e desenvolvimento capitalista no Brasil contemporâneo. In: ALMEIDA, A. W. (et. al.). Capitalismo globalizado e recursos territoriais: fronteiras de acumulação no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: Lamparina, 2010.

BRAUDEL, F. História e Ciências Sociais: a longa duração. Revista de História, v. 30, nº 62, p. 261-294, 1965. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/123422. Acesso em 19 de maio de 2022.

DARDOT, P.; LAVAL, C. Comum: ensaio sobre a revolução no século XXI. São Paulo: Boitempo, 2017.

ENGELS, F. A dialética da natureza; prólogo de J.B.S. Haldane. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

ENGELS, F.. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Tradução B. A. Schumann. Supervisão, apresentação e notas José Paulo Netto. São Paulo: Boitempo, 2010.

LEFF, E. Racionalidade Ambiental: a reapropriação social da natureza. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.

LUXEMBURGO, R. A acumulação do capital. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1970.

MARX, K. O capital: a crítica da economia política : Livro I : o processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo, 2013.

SOUZA, W. K. do A.. Trabalho-Educação, Economia e Cultura em Povos e Comunidades Tradicionais: A (Re) Afirmação de Modos de Vida como Forma de Resistência. 2020. 222f. Tese (Doutorado em Educação) – UFF, Niterói.

TENDLER, S. O veneno está na mesa; Campanha Permanente Contra o Agrotóxico e Pela Vida – Documentário, 2011. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SHkRoIvahpg

THOMPSON, E. P. A miséria da teoria ou um planetário de erros: Uma crítica ao pensamento de Althusser. Tradução: Waltensir Dutra; Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981.

THOMPSON, E. P. Senhores e Caçadores. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

THOMPSON, E. P. Costumes em comum. Estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

TIRIBA, L. Reprodução ampliada da vida: o que ela não é, parece ser e pode vir a ser. Otra Economía, v. 11, nº 20 p. 74-87, 2018. Disponível em: https://www.revistaotraeconomia.org/index.php/otraeconomia/article/view/14757

TIRIBA, L.; RODRIGUES, M. C. P.; ANTUNES, J. L. C. O coronavírus e o “comum” na América Latina. Revista Trabalho Necessário, v. 18, nº 36, p. 1-5, 2020.

WILLIAMS, R. O campo e a cidade: na história e na literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

Downloads

Publicado

2022-11-11

Como Citar

Aquino, M. ., & Tiriba, L. (2022). CONTRADIÇÕES ENTRE TRABALHO, CAPITAL E VIDA: “A ASSIM CHAMADA ACUMULAÇÃO PRIMITIVA” E SUA ATUALIDADE HISTÓRICA. Revista Trabalho Necessário, 20(43), 01-16. https://doi.org/10.22409/tn.v20i43.55199