“E Novos Baianos te podem curtir numa boa” uma genealogia da curtição entre o cinema marginal e a canção popular brasileira
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Resumo
O presente ensaio analisa a emergência da curtição como aspecto criativo e conflitivo no campo cultural brasileiro durante o período da ditadura empresarial-militar (1964-1985). A expressão curtir é uma invenção da geração contracultural brasileira, que propôs uma nova forma de pensar a relação entre o corpo, a estética e a política. Destacamos no texto as obras do cinema marginal ou de invenção, como é o caso de Meteorango Kid, o herói intergaláctico, dirigido por André Luiz Oliveira, no qual a frase “curti adoidado” aparece como emblema e síntese da atitude de desbunde. O curtir também ganha corpo nas músicas dos Novos Baianos e segue no momento pós-tropicalista com Waly Salomão e Jards Macalé, entre outros. Analisamos uma entrevista de Caetano Veloso sobre o tema e os aspectos políticos que essa questão suscita na atualidade com a captura da curtição no ambiente virtual. Na parte final abordamos o diálogo entre os trabalhos de Caetano Veloso (Meu Coco) e Chico Buarque (Que tal um samba?), em que o samba é um elemento comum e matriz. Os compositores voltam para curtir um samba, indicando uma via para desmantelar a brutalidade política.
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