CINEMA E EDUCAÇÃO: M8, O RACISMO E AS FORMAS DE VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA

Autores

  • Jeferson Diogo de Andrade Garcia UEM - Universidade Estadual de Maringá
  • Roger Domenech Colacios Universidade Estadual de Maringá

DOI:

https://doi.org/10.22409/tn.v23i50.66404

Resumo

O objetivo deste artigo é debater a possibilidade do filme “M8: quando a morte socorre a vida”, do diretor Jeferson De, enquanto cinema de modo popular, isto é, o uso do audiovisual, dos filmes, fora das salas de exibição tradicionais, em espaços populares, culturais, bairros, ruas, praças, comunidades, no processo de formação humana, política e de educação formal e informal. Para isso, utilizou-se da categoria de “violência” – com base em Slavo Zizek e Mauro Iasi – como fio que tece o debate e as categorias de “realismo”, “tipicidade” e típico” em György Lukács para a compreensão do filme enquanto arte. O filme permite um amplo debate sobre a condição do racismo brasileiro, pelos mais diretos temas que aborda, como religiosidade, cotas na universidade, relações interraciais e genocídio do povo negro.

Palavras-chave: cinema; racismo brasileiro; violência. 

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Biografia do Autor

Jeferson Diogo de Andrade Garcia, UEM - Universidade Estadual de Maringá

Jeferson Garcia é Doutorando em Educação pela Universidade Estadual de Maringá e membro da coordenação nacional do coletivo negro Minervino de Oliveira. É professor de Educação Física da rede municipal de Maringá/Paraná. Graduado em Educação Física (Licenciatura) na (Universidade Estadual de Maringá - UEM), possui Mestrado em Educação, na linha de Políticas e Gestão em Educação, realizado na mesma universidade. Tem estudado, principalmente, os seguintes temas: Intelectuais e América Latina, poesia latino-americana e racismo e irracionalismo filosófico. Foi membro do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb (CACS-FUNDEB), gestão 2021/2022 em Maringá. Publicou o livro teórico "Racismo, capital e Emancipação Humana" (2022) pelo Instituto Caio Prado Júnior. É, também, poeta "Nossas lágrimas são insubmissas" , pela Mondru Editora (2023), "Dialeto das Senzalas" (2023) pela Editora pedregulho e "O fogo queima diferente abaixo da linha do equador", no prelo, pela editora folheando (2025). Escreve crônicas e as publica no Jornal o Poder Popular. 

Roger Domenech Colacios, Universidade Estadual de Maringá

Pós-Doutorado em História Ambiental pela Universidade Estadual Paulista (2017). Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo (2014). Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo/USP (2009). Graduação em História pela Universidade Estadual de Londrina (2006). Tem experiência na área de História, com ênfase em História das Ciências e Meio Ambiente. Docente do Curso de Comunicação e Multimeios (CMM) no Departamento de Fundamentos da Educação (DFE) na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Docente do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Maringá (PPH/UEM) Coordenador do Laboratório de Pesquisa em Educação e História Ambiental (LEHA) da UEM e do Laboratório do Tempo Presente (LabTempo) da UEM. 

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Publicado

2025-04-09

Como Citar

de Andrade Garcia, J. D., & Domenech Colacios, R. . (2025). CINEMA E EDUCAÇÃO: M8, O RACISMO E AS FORMAS DE VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA. Revista Trabalho Necessário, 23(50), 01-24. https://doi.org/10.22409/tn.v23i50.66404