CINEMA E EDUCAÇÃO: M8, O RACISMO E AS FORMAS DE VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA
DOI:
https://doi.org/10.22409/tn.v23i50.66404Resumo
O objetivo deste artigo é debater a possibilidade do filme “M8: quando a morte socorre a vida”, do diretor Jeferson De, enquanto cinema de modo popular, isto é, o uso do audiovisual, dos filmes, fora das salas de exibição tradicionais, em espaços populares, culturais, bairros, ruas, praças, comunidades, no processo de formação humana, política e de educação formal e informal. Para isso, utilizou-se da categoria de “violência” – com base em Slavo Zizek e Mauro Iasi – como fio que tece o debate e as categorias de “realismo”, “tipicidade” e típico” em György Lukács para a compreensão do filme enquanto arte. O filme permite um amplo debate sobre a condição do racismo brasileiro, pelos mais diretos temas que aborda, como religiosidade, cotas na universidade, relações interraciais e genocídio do povo negro.
Palavras-chave: cinema; racismo brasileiro; violência.
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