O (SUB)DESENVOLVIMENTO INSUSTENTÁVEL: A QUESTÃO AMBIENTAL NOS PAÍSES PERIFÉRICOS LATINO-AMERICANOS
Abstract
A proposta do trabalho é obter elementos que possam contribuir na construção de uma perspectiva teórica crítica à Questão Ambiental e para uma realidade periférica, no caso, latino-americana. As categorias de análise foram construídas a partir de referências teóricas críticas (FURTADO, LAYRARGUES, CHESNAIS, BETTELHEIM, ARRIGHI, MÉSZÁROS, KONDER, LÖWY entre outros) que questionaram o conceito de subdesenvolvimento e sobretudo problematizaram o conceito de “Desenvolvimento Sustentável”. A hipótese de trabalho foi mostrar que a proposta de Desenvolvimento Sustentável não foca os elementos principais da degradação do meio ambiente. A questão de trabalho foi: os países ditos “subdesenvolvidos”, “periféricos’ ou ”dependentes” podem se livrar de seu conteúdo de miséria, desorganização espacial, deseducação, pouca saúde, violência etc. sem degradar seu meio ambiente? O trabalho mostra que as opções dos países periféricos não estão revertendo o quadro de destruição da natureza, as ações tomadas são superficiais ou ineficazes. O estudo infere que mais do que consciência da degradação será necessário impor mudanças ao próprio sistema societário que estimula o desenvolvimentismo, produtivismo, consumismo, chegando ao ponto de exaurir os recursos naturais. A conclusão vê a necessidade de se revigorar a crítica ao sistema social que nas duas últimas décadas se pôs hegemônico no mundo. E que as nações periféricas podem e devem fazer diferente. Reivindicar o direito de poluir, de consumir, de destruir como fizeram os países centrais não parece ser o caminho.
Palavras-chave: Desenvolvimento Ambiental; Subdesenvolvimento e desenvolvimento; Sociologia e Meio Ambiente; Centro e periferia; Educação Ambiental.
Downloads
References
ALTVATER, Elmar. Os desafios da globalização e da crise ecológica para o discurso da democracia e dos direitos humanos. In: HELLER, Agnes; et. al. A Crise dos Paradigmas em Ciências Sociais e os Desafios para o Século XXI. Rio de Janeiro: Contraponto, 1999.
ARRIGHI, Giovanni. O longo século XX. São Paulo: UNESP, 1998.
ARRIGHI, Giovanni. A Ilusão do Desenvolvimento. Petrópolis: Vozes, 1997.
BETTELHEIM, Charles. A Problemática do Subdesenvolvimento. In : PEREIRA, Luiz Et Al. Subdesenvolvimento e desenvolvimento. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar (Textos básicos de Ciências Sociais), 1973.
BRASIL. Número de assinantes de telefonia celular no Brasil já ultrapassa 151 milhões. Agência Brasil. Disponível em http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/02/18/materia.2009-02-18.3752888527/view. Acessado em abril de 2009.
CARDOSO, Fernando H. e FALETTO, Enzo. Dependência e Desenvolvimento na América Latina. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1970.
CHESNAIS, François; SERFATI, Claude. “Ecologia” e condições físicas de reprodução social: alguns fios condutores marxistas. Crítica Marxista. n° 16. São Paulo: Editora Boitempo, 2003.
DELUIZ, Neise; NOVICKI, Victor. Trabalho, meio ambiente e desenvolvimento sustentável: implicações para uma proposta de formação crítica. Boletim Técnico do SENAC, 30(2) maio/ago, p. 18-29, 2004.
ELIAS, Nobert. A Sociedade dos Indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
ÉPOCA. No Polo Sul – O IPCC subestimou o derretimento da Antártida. Entrevista a Robert Bindschadler. Revista Época. Rio de janeiro: Editora Globo. 26 de abril de 2009.
ESTADÃO. China é maior emissor de gases poluentes, diz estudo. Estadão.com.br. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,china-e-maior-emissor-degases-poluentes-diz-estudo,157109,0.htm. Acessado em: 15 de abril de 2008.
FIORI, José Luis. 60 Lições dos 90. Rio de Janeiro: Record, 2001.
FURTADO, Celso. Raízes do Subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
FURTADO, Celso O Mito do Desenvolvimento Econômico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.
GREENPEACE Brasil. Sete anos para zerar desmatamento na Amazônia: ONGs brasileiras mostram como. GREENPEACE. Outubro de 2007. Disponível em http://www.greenpeace.org/brasil/amazonia/noticias/pacto-nacional-prop-e-metas-an.
IPCC. Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (Intergovernmental Panel on Climate Change). Climate Change 2007. [Paris, 02 de fev. de 2007] Disponível em http://www.ipcc.ch/. Acesso em: 28 de fevereiro de 2007.
IPCC. Sumário para os Formuladores de Políticas: Contribuição do Grupo de Trabalho I para o Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima PNUMA, 2007b.
JAGUARIBE, Hélio. Desenvolvimento Económico e Desenvolvimento Político. Rio de Janeiro: Edições Paz e Terra, 1969.
KONDER, Leandro. Filosofia e Educação: De Sócrates a Habermas. Rio de Janeiro: Forma & Ação, 2006.
LAYRARGUES, P. P. . Do ecodesenvolvimento ao desenvolvimento sustentável: evolução de um conceito? Revista Proposta, Rio de Janeiro, v. 24, n. 71, p. 1-5, 1997.
LÖWY, M. Ecologia e Socialismo. São Paulo: Cortez, 2005.
MEDICI, André Cesar. Marx e o Meio Ambiente. In: KONDER; CERQUEIRA FILHO; FIGUEIREDO. Por que Marx? Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.
MÉSZÁROS, István. Para além do capital. Campinas/SP; Boitempo, 2002.
O GLOBO. Censo 2007: somos 183.987.291 brasileiros, mostra IBGE. Jornal O Globo. Disponível em: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/12/21/327716442.asp. De 21 de dezembro de 2007. Capturado em 12 de maio de 2009.
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Em 182 países, os progressos irregulares e as desigualdades na saúde, na riqueza e na educação persistem. Disponível em: http://www.pnud.org.br/arquivos/rdh2009/Destaque2.pdf. Outubro de 2009. Acesso em janeiro de 2010.
WEFFORT, Francisco C. Notas sobre a Teoria da Dependência : teoria de classe ou ideologia nacional. Estudos, n . 1, 1971.
WWWF. Entenda Mercado de Emissões, MDL e IC: Quais são os mecanismos flexíveis do Protocolo de Quioto? Disponível em: http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/meio_ambiente_brasil/clima/mudancas_climat icas_resultados/quioto/flex/index.cfm. Agosto de 2006. Acessado em outubro de 2007.
Published
How to Cite
Issue
Section
License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE DIREITO AUTORAL
Esta Revista é licenciada por Creative Commons (Atribuição 4.0 Internacional).
O processamento e a publicação dos trabalhos não implicam em nenhum tipo de custo para os autores.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
DECLARACIÓN DE DERECHO AUTORAL
Esta revista es licenciada por Creative Commons (Atribuición 4.0 Internacional).
Lo procesamiento y la publicación de los trabajos no implica en ninguno tipo de costo para los autores.
Los autores tienen permiso para asumir contratos adicionales separadamente, para distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (ej.: publicar em repositorio institucional o como capítulo de un libro), con reconocimiento de autoria y publicación inicial en esta revista.
DECLARATION OF COPYRIGHT
The Journal is licensed by Creative Commons (Attribution 4.0 International).
Processing and publication of the work do not imply any cost to the authors.
The authors are allowed to take on additional contracts separately, non-exclusive distribution of the version of the paper published in this journal (ex.: publish in institutional repository or as a chapter of a book), with an acknowledgment of its initial publication in this journal.
Termo de Transferência de Direitos Autorais
Como condição para a submissão, os autores devem declarar a autoria do trabalho e concordar com o Termo de Cessão de Direitos Autorais, marcando a caixa de seleção após a leitura das cláusulas.
- Declaro que participei da elaboração do referido artigo / resenhas ou de outros elementos para a composição das seções da Revista TrabalhoNecessário-TN, em parte ou no todo; que não omiti qualquer ligação ou acordo de financiamento entre os autores e instituições ou empresas que possam ter interesses na publicação desse trabalho;
- Declaro tratar-se de texto original, isento de compilação, em parte ou na íntegra, de minha autoria ou de outro(os) autor (es) e que segui(mos) as diretrizes (normas e instruções) para os autores;
- Declaro que o texto não foi enviado a outra revista (impressa ou eletrônica) e não o será enquanto a possibilidade de sua publicação esteja sendo considerada pela Revista Trabalhonecessário;
- Declaro que transfiro os direitos autorais do trabalho especificado para a Revista TrabalhoNecessário, comprometendo-me a não reproduzir o texto, total ou parcialmente, em qualquer meio de divulgação (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), impresso ou eletrônico, sem prévia autorização dessa Revista, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Declaro que tenho conhecimento que a cessão do texto à Revista TrabalhoNecessário-TN é gratuita e, portanto, não haverá qualquer tipo de remuneração pela sua utilização.