What does the feminist struggle (for abortion legalization) alert us?

Authors

DOI:

https://doi.org/10.22409/resa2024.v17.a58855

Keywords:

abortion, intersectionality, reproductive hierarchies, reproductive justice, subaltern maternities

Abstract

In times of feminist struggle for the legalization of abortion in Brazil, it is still common to hear that abortion - a practice that has always happened and will continue to happen despite of any law - is a public health problem. Indeed it is, but it should not be circumscribed solely by this bias. For this reason, this article tries to show what the feminist struggle for legalization has warned us about: abortion is inscribed as a life politics. Abortion affirms life because it escapes from the deadly segments that structure the imposition of maternity on women. Faced with the absence of the guarantee of the right to a voluntary, safe and socially supported maternity for all, we think about reproductive hierarchies and subalternized maternities, crossed by race, class, generation/age, and sexual partnership. Through the history of abortion in the US, we raise the alarm about women's reproductive processes, including compulsory sterilizations, in a feminism captured by bourgeois whiteness, because racism and slavery gave/share very specific contours to the issue of abortion in the world: it appears as resistance and refusal to reproduce in such barbaric conditions. The concept of reproductive justice, from the experience of women of color, helps us reflect on the oppressions that intersect with gender. We conclude by thinking about the experiences of groups of feminist women who, in the struggle against coloniality, dedicate themselves to accompanying self-managed abortions, at home, with access to safe medicines and information, opposing the idea of "trauma" commonly associated with abortion.

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Author Biographies

Luísa Lirio Pela, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil

Doutoranda em Saúde Coletiva pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Mestra em Psicologia pela linha "Clínica e Subjetividade" do Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Estudos da Subjetividade, da Universidade Federal Fluminense. Graduada pela Faculdades Integradas Espírito Santenses (FAESA) - 2020. Possui experiência em psicologia aplicada à saúde desde a graduação, como estagiária e pesquisadora em projeto de Iniciação Científica, no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (HUCAM). Foi residente no Programa Multiprofissional em Saúde da Família na Unidade de Saúde da Família Sebastião Gonçalves (Março - Outubro de 2021), pelo Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi).

Paula Land Curi, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (1994), mestrado em Psicanálise pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2004) e doutorado em Psicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2012). Docente do Instituto de Psicologia da Universidade Federal Fluminense, campus Niterói, desenvolvendo atividades docentes e de gestão - Coordenadora de Curso de Graduação em Psicologia, desde 2015. Docente do Programa de Pós Graduação em Psicologia (PPGP) - do Departamento de Psicologia da UFF Niterói. Integrante da Comissão para Equidade de Gênero da UFF. Integrante do Comitê Gestor do Núcleo ABEP-RIO. Membro efetivo do Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro. Experiência de trabalho com saúde perinatal, políticas públicas para mulheres e clínica (psicanálise). Pesquisa sobre estudos de gênero, políticas para mulheres, violências e seus efeitos. Interessa-se pela articulação entre essas temáticas e a clínica.

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Published

2024-07-19

How to Cite

Pela, L. L., & Curi, P. L. (2024). What does the feminist struggle (for abortion legalization) alert us?. Teaching, Health and Environment, 17, Publicado em 19/07/2024. https://doi.org/10.22409/resa2024.v17.a58855

Issue

Section

Dossiê Interseccionalidades