v. 1 n. 41 (2024): Relações Étnico Raciais e Currículo: Movimentos Instituintes
O tema da edição 41 partiu do recorte antirracista e seu importante papel no debate a respeito de uma educação para a inclusão da diversidade na educação básica. Trabalhamos em conjunto, acompanhando, refletindo e agindo para produzir um número com o perfil de uma parceria que apresenta artigos inspiradores para novos fazeres docentes instituintes.
O símbolo (Wo ne sa da mua) da escrita Adinkra nos ajudou a refletir sobre o processo que foi por nós desenvolvido: Se as suas mãos estiverem no prato ninguém irá terminar com tudo e deixá-lo sem nada para comer. A escrita Adinkra reflete um sistema de valores humanos de família, integridade, tolerância, harmonia e o símbolo escolhido nos remete ao fato de que todos podem comer e ninguém deve ficar de fora. Todos somos elaboradores na escola e na universidade e todos devemos valorizar as produções que são realizadas nestes espaços educacionais. Importante destacar que o ano de 2023, marcou a celebração dos 20 anos de criação da Lei 10639/2003 e os 15 anos da Lei 11645/2008. Celebração pela conquista de anos de luta dos movimentos negros e indígenas para produção de uma educação e currículos antirracistas, pelo Bem Viver e pela vida que floresce na potência de sujeitos com direito à diferença e à vida. Todos com as mãos no prato!
Ressaltamos que ao longo de décadas, desde o século passado, os movimentos de negros e negras, especialmente com o protagonismo cotidiano de professoras dos anos iniciais, trabalharam incansavelmente, em uma longa construção do que se tornou a Lei 10.639/2003. Importante mencionar o compromisso da Frente Negra Brasileira, de Abdias Nascimento e do Movimento Negro Unificado na produção dos sentidos que fortaleceram a instituição da referida lei.